é só uma fase
1. Nem sei o que estou fazendo aqui, falando sozinho - como se já não o tivesse feito durante as últimas 48 horas. Vou encarar isso como um diário que, embora talvez ninguém nunca leia, tem a missão de suportar o peso dos pensamentos que não me cabem mais dentro da cabeça. Cheguei à fase do vazio. Passada a fase Super-Homem - posso tudo / sinto nada, vem a fase do vazio. Sinto nada, e só. É claro que este é o resultado óbvio da vontade de não sentir, ou do medo, se assim preferir. Medo. Vazio e medo andam comigo desde sempre, lado a lado. Um abre caminho pro outro, num ciclo sem fim de incertezas e não-buscas. As não-buscas são aquelas lutas que não se realizam, simplesmente por parecerem muito maiores e pesadas do que meus braços e pernas poderiam suportar. Decido-me, recorrentemente, então, pelo óbvio: evitar a luta que não penso poder vencer. Medo - covardia - vazio. É, acho que esta é a ordem. O vazio me corrói por dentro desde que posso me lembrar. Há tempos vinha evit